Contabilidade para e-commerce: como funciona na prática

Time de Conteúdo • 14 de agosto de 2025

A gestão de um e-commerce vai muito além da escolha dos produtos e da logística de entrega. Para garantir o crescimento sustentável do negócio, a contabilidade para e-commerce se torna uma aliada essencial.



Ela oferece controle financeiro, conformidade fiscal e apoio na tomada de decisões estratégicas.


Neste artigo, vamos explicar como funciona na prática a contabilidade para e-commerce, quais são as particularidades do setor, obrigações fiscais, ferramentas úteis e como escolher um parceiro contábil preparado para o ambiente digital.


O que é contabilidade para e-commerce?


A contabilidade para e-commerce é um serviço especializado na gestão contábil de lojas virtuais, levando em conta as especificidades fiscais e operacionais do comércio eletrônico. Ela atua para organizar as finanças, registrar corretamente as movimentações, apurar tributos e manter a empresa em conformidade com a legislação.


Empresas desse setor lidam com alto volume de transações, venda multicanal, gateways de pagamento e diferentes regimes tributários. Por isso, contar com uma contabilidade especializada é essencial para evitar erros e garantir eficiência.


Quais são as obrigações fiscais de um e-commerce?


Assim como empresas físicas, os e-commerces devem cumprir uma série de obrigações fiscais, que variam conforme o regime tributário adotado (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real).


Obrigações mensais comuns:



  • Emissão de notas fiscais eletrônicas;
  • Apuração e recolhimento de tributos (ICMS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, entre outros);
  • Entrega de declarações como SPED Fiscal, SPED Contribuições e DEFIS;
  • Controle do fluxo de caixa e conciliação bancária;
  • Folha de pagamento (quando houver funcionários).

Abaixo, apresentamos um resumo das principais obrigações contábeis e fiscais mensais de um e-commerce, conforme o regime tributário:


Regime Tributário Obrigações Mensais
Simples Nacional PGDAS-D, DEFIS, emissão de NF-e, controle de vendas e estoque
Lucro Presumido Apuração de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, SPED Contribuições, SPED Fiscal
Lucro Real Apuração completa com escrituração contábil, livro diário, LALUR, SPED Contábil etc.

Como funciona a contabilidade para e-commerce na prática?


A contabilidade para e-commerce é estruturada de forma digital e automatizada, permitindo maior integração com os sistemas da loja virtual e plataformas de pagamento.


1. Integração com plataformas de vendas


Softwares contábeis especializados conseguem se integrar diretamente a marketplaces, ERPs e gateways como Mercado Livre, Shopify, Tray, Bling, PagSeguro, entre outros. Isso possibilita a importação automática de notas fiscais e movimentações financeiras.


2. Conciliação de recebíveis


Os valores a receber de cartões de crédito, boletos e Pix precisam ser conferidos regularmente. A contabilidade realiza a conciliação desses recebíveis com as vendas, evitando divergências e fraudes.


3. Apuração correta dos impostos


Cada produto vendido pode ter uma tributação distinta. Um dos maiores desafios da contabilidade para e-commerce é classificar corretamente os produtos, calcular os tributos de forma precisa e evitar o pagamento a maior ou a menor.


4. Gestão de estoque e compras


A escrituração correta do estoque é fundamental tanto para o controle financeiro quanto para a apuração fiscal. O contador orienta como manter esse controle organizado, considerando o custo de aquisição, entrada e saída de produtos.


5. Relatórios contábeis e financeiros


A contabilidade entrega relatórios periódicos com dados sobre lucratividade, margens, custos fixos e variáveis, impostos pagos e fluxo de caixa. Essas informações são estratégicas para decisões de compra, precificação e expansão.


Por que um e-commerce precisa de contabilidade especializada?


Os e-commerces lidam com uma série de particularidades que exigem atenção redobrada. Veja alguns motivos pelos quais é importante contratar uma contabilidade para e-commerce especializada:


  • Tributação complexa e variável por produto ou estado;
  • Necessidade de emitir NF-e corretamente em cada venda;
  • Integrações com marketplaces e plataformas digitais;
  • Vendas interestaduais com diferentes alíquotas de ICMS;
  • Gestão eficiente de estoque, fretes e devoluções.

Empresas que negligenciam a contabilidade costumam enfrentar problemas com o fisco, multas por entregas atrasadas ou erradas e falta de visão sobre os próprios números.


Diferenças entre contabilidade tradicional e contabilidade para e-commerce


Embora ambas atuem com os mesmos princípios contábeis, a contabilidade para e-commerce se diferencia por oferecer soluções adaptadas à operação digital:

Contabilidade Tradicional Contabilidade para E-commerce
Processos manuais Integração com ERPs e marketplaces
Foco local Gestão de vendas interestaduais
Pouca familiaridade com meios digitais Experiência com gateways de pagamento e plataformas online
Rotina mensal padrão Acompanhamento contínuo com conciliação de alto volume

Como escolher um contador para e-commerce?


Ao buscar um contador, o ideal é selecionar um profissional ou escritório que tenha experiência com o setor de comércio eletrônico. Algumas dicas importantes:


  • Verifique se a contabilidade utiliza ferramentas integráveis ao seu sistema de vendas;
  • Analise a capacidade de interpretar relatórios financeiros com foco em performance;

  • Prefira profissionais que ofereçam atendimento consultivo e acompanhamento próximo;
  • Certifique-se de que a contabilidade tem domínio sobre os tributos e particularidades do setor.

Vantagens de uma contabilidade digital para e-commerces


Empresas que investem em uma contabilidade digital e especializada conseguem:


  • Reduzir custos tributários;
  • Ganhar agilidade na emissão de notas e obrigações;
  • Ter mais clareza sobre a lucratividade do negócio;
  • Evitar autuações e multas;
  • Planejar o crescimento com segurança jurídica e financeira.


Faça sua loja virtual crescer com apoio contábil especializado


A contabilidade para e-commerce é uma aliada estratégica para quem vende online. Com processos automatizados, visão fiscal precisa e apoio na gestão, ela permite que o empreendedor tenha mais tempo para focar em vendas e expansão.


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Por Sandy DRE 15 de agosto de 2025
A GNRE , sigla para Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais , é um documento utilizado para efetuar o pagamento de impostos estaduais — principalmente o ICMS — quando uma empresa realiza operações que envolvem mais de um estado brasileiro. Esse guia é essencial em situações em que a mercadoria sai de um estado e vai para outro, e há a necessidade de recolher parte do imposto para o estado de destino da mercadoria. Ele funciona como uma forma de garantir que o imposto devido ao outro estado seja devidamente pago. Um exemplo comum ocorre quando uma empresa vende produtos para um consumidor final localizado em outro estado. Nesses casos, pode haver a cobrança do DIFAL ( Diferencial de Alíquota do ICMS ), e a GNRE é o meio pelo qual esse valor é recolhido. A emissão da GNRE é feita de forma eletrônica, por meio do portal oficial de cada estado, onde são informados dados como o estado de destino, valor do imposto, tipo de receita, entre outros. Recomendamos a leitura complementar: Automação Fiscal no E-commerce: GNRE, DIFAL . Em resumo, a GNRE é uma ferramenta importante para o cumprimento das obrigações fiscais nas operações interestaduais, ajudando a manter a arrecadação justa entre os estados e garantindo que a empresa esteja em conformidade com a legislação tributária.
Por Sandy DRE 1 de agosto de 2025
Precificar um produto corretamente é um dos maiores desafios no e-commerce. Muita gente calcula o preço com base apenas no custo de aquisição e uma margem de lucro desejada, mas esquece de considerar impostos, taxas de plataformas, custos operacionais e outros detalhes que fazem toda a diferença na lucratividade final. Se você tem uma loja virtual ou vende em marketplaces, este conteúdo é essencial para garantir que você não esteja vendendo no prejuízo sem perceber. 🧮 O que compõe o preço de venda? O preço de venda precisa cobrir todos os custos diretos e indiretos, além de gerar lucro. Veja os principais elementos: 1. Custo do produto (compra ou fabricação) 2. Impostos (Simples Nacional, ICMS, ISS, etc.) 3. Taxas de marketplaces e meios de pagamento 4. Frete (quando for por conta do lojista) 5. Custos operacionais (armazenagem, embalagem, marketing, equipe, sistemas) 6. Margem de lucro desejada 📦 Exemplo prático de cálculo Imagine que você venda um produto que custa R$ 50,00 para você, e quer vendê-lo com 50% de margem de lucro. Mas antes, você precisa somar os encargos: • Impostos (Simples Nacional): 6% • Taxa do marketplace: 16% • Taxa do meio de pagamento: 4% • Outros custos (embalagem, marketing etc.): 5% Total de encargos: 31% Se você simplesmente aplicar 50% sobre o custo, o preço seria R$ 75,00. Mas com 31% de encargos, você teria: • R$ 75 x 31% = R$ 23,25 de custos variáveis • Sobram R$ 51,75 - R$ 50,00 (custo de aquisição do produto) = R$ 1,75 (quase nada de lucro). Ou seja, na prática, seu lucro é consumido por encargos. 📌 Como calcular corretamente Use a fórmula da margem de contribuição para definir o preço ideal: Preço de venda = Custo / (1 - % de encargos - % de lucro desejado) Usando o exemplo acima:  • Custo: R$ 50 • Encargos: 31% (0,31) • Lucro desejado: 30% (0,30) Cálculo: Preço = custo / (1 - alíquota de encargos - alíquota de lucro desejado) Preço = 50 / (1 - 0,31 - 0,30) = 50 / 0,39 = R$ 128,21 Esse seria o preço mínimo para garantir sua margem de 30% após todos os encargos. 💡 Dicas Finais • Revise seu preço periodicamente, principalmente se estiver nos marketplaces (as taxas mudam). • Use planilhas ou sistemas de precificação automática para facilitar. • Considere promoções com estratégia, sabendo o impacto real no seu lucro. • Converse com um contador especializado em e-commerce — ele pode ajudar a otimizar sua carga tributária e aumentar sua margem. Vender online é ótimo, mas só vale a pena se for lucrativo. Precificar sem considerar todos os custos é um erro comum que afeta a saúde financeira da sua operação. Faça contas, simule cenários e tome decisões embasadas. Assim, seu e-commerce cresce de forma sustentável.
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Mas, com o crescimento do faturamento, surge um desafio que muitos ignoram até que seja tarde: a gestão fiscal para infoprodutores.
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Por Sandy DRE 16 de julho de 2025
Abrir uma loja virtual pode parecer simples em comparação ao varejo tradicional, mas as obrigações fiscais seguem firmes — e, em muitos casos, mais complexas. Os impostos para e-commerce devem ser tratados com atenção desde os primeiros passos do negócio. Não cumprir com essas obrigações pode gerar multas, juros, bloqueio de CNPJ e até dificuldades para operar legalmente no marketplace. Neste artigo, você vai entender quais são os impostos para e-commerce , como funcionam, e o que acontece se houver atraso ou não pagamento. Por que é importante entender os impostos para e-commerce? A gestão tributária de um negócio digital precisa acompanhar o volume de vendas, os estados de destino dos produtos, e o regime tributário escolhido. Mesmo pequenos e-commerces, que começam com vendas modestas, devem recolher os impostos para e-commerce de forma regular. Além de manter a empresa legalizada, isso permite crescer com mais segurança, acessar linhas de crédito e evitar sanções da Receita Federal ou da Secretaria da Fazenda. Principais impostos para e-commerce A seguir, conheça os tributos que geralmente incidem sobre operações de lojas virtuais no Brasil. 1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços É o imposto estadual que incide sobre a venda de produtos. No e-commerce , o ICMS precisa ser pago tanto no estado de origem quanto no de destino do consumidor, especialmente em vendas interestaduais. 📌 Recomendamos a leitura complementar: DIFAL no E-commerce: o que é, quando se aplica e como calcular? 2. PIS e COFINS São contribuições federais que incidem sobre a receita bruta. A alíquota varia conforme o regime tributário (cumulativo ou não cumulativo). 3. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica Cobrado sobre o lucro da empresa, o IRPJ também varia conforme o regime tributário. No Simples Nacional, é calculado de forma simplificada dentro do DAS. 4. CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido Semelhante ao IRPJ, a CSLL também incide sobre o lucro da empresa e está embutida no DAS, no caso do Simples Nacional. 5. ISS – Imposto sobre Serviços Apesar de mais comum para prestadores de serviço, o ISS pode ser cobrado se o e-commerce oferecer serviços complementares (como manutenção de produtos, suporte técnico ou streaming digital). Regimes tributários e suas diferenças no e-commerce O enquadramento no regime tributário influencia diretamente os impostos para e-commerce . Veja as principais diferenças:
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