Infoprodutores: como estruturar a parte fiscal sem se enrolar com a Receita

Sandy DRE • 25 de julho de 2025

A digitalização dos negócios abriu espaço para uma nova categoria de empreendedores: os infoprodutores. São profissionais que comercializam cursos online, mentorias, ebooks e outros produtos digitais. Mas, com o crescimento do faturamento, surge um desafio que muitos ignoram até que seja tarde: a gestão fiscal para infoprodutores.


Neste artigo, você vai entender como estruturar corretamente essa parte do negócio, evitar problemas com o Fisco e manter sua operação segura e escalável.

O que é um infoprodutor?


Antes de entrarmos na parte técnica, é importante esclarecer o conceito. Infoprodutor é todo aquele que vende produtos digitais como:

  • Cursos online (gravados ou ao vivo)

  • Ebooks e apostilas

  • Templates e planilhas

  • Palestras, eventos online e mentorias

Esse tipo de atividade, por mais que esteja no meio digital, gera obrigações fiscais como qualquer outro negócio.

Por que muitos infoprodutores ignoram a gestão fiscal?


A maioria dos infoprodutores começa de forma informal. Produz um curso, disponibiliza na internet e começa a vender. Quando o volume de vendas aumenta, surgem situações como:


  • Bloqueio de contas em plataformas de pagamento

  • Receita Federal cobrando tributos retroativos

  • Dificuldade em emitir nota fiscal corretamente

  • Insegurança para fazer investimentos no negócio

Tudo isso poderia ser evitado com uma boa gestão fiscal para infoprodutores desde o início da jornada.


Benefícios de formalizar o negócio digital


A regularização não é um custo, mas um investimento que traz:


  • Segurança jurídica e fiscal

  • Possibilidade de fechar contratos com empresas

  • Acesso a crédito e financiamento com juros menores

  • Facilidade para crescer sem medo de fiscalizações

Além disso, você pode otimizar o pagamento de tributos e reduzir encargos com o enquadramento correto.

Como estruturar a gestão fiscal para infoprodutores


A seguir, veja um passo a passo para organizar a parte fiscal do seu negócio digital.


1. Escolha do tipo de empresa


O primeiro passo é definir a natureza jurídica. As opções mais comuns são:


Tipo de Empresa Faturamento Máximo Tributação Principal Indicado para...
MEI R$ 81 mil/ano Simples Nacional Iniciantes, com baixa receita
ME (Microempresa) R$ 360 mil/ano Simples Nacional Infoprodutores em crescimento
EPP Até R$ 4,8 milhões Simples ou Lucro Presumido Infoprodutores já consolidados

A gestão fiscal para infoprodutores começa com essa decisão, pois impacta diretamente nos impostos pagos.


2. Enquadramento tributário

Ao definir a empresa, é preciso escolher o regime de tributação ideal:


Simples Nacional


É o mais comum para infoprodutores, por ter carga tributária unificada e alíquotas menores. Mas atenção: alguns serviços digitais podem cair no Anexo V, que possui alíquotas mais elevadas.


Lucro Presumido


Mais indicado para quem fatura acima de R$ 30 mil mensais e tem despesas operacionais controladas. Pode ser vantajoso dependendo da margem de lucro.


Lucro Real


Pouco usado por infoprodutores, pois envolve apuração contábil rigorosa. Vantajoso apenas em casos muito específicos.


Uma contabilidade especializada pode simular cenários e indicar a melhor opção para otimizar sua gestão fiscal para infoprodutores.


3. Emissão de notas fiscais

A emissão de nota é obrigatória, mesmo que a venda seja realizada por plataformas como Hotmart, Eduzz, Monetizze ou outras.


  • Se o infoprodutor presta serviços (mentorias, aulas ao vivo), a nota deve ser de serviço.

  • Para produtos digitais prontos (ebook, curso gravado), pode ser considerado produto, dependendo da interpretação fiscal.

Cada município e estado pode ter regras diferentes, por isso, o suporte contábil é essencial.


4. Apuração e pagamento de tributos


Os impostos variam conforme o enquadramento. Os mais comuns são:


  • ISS (Imposto Sobre Serviços)

  • IRPJ e CSLL

  • PIS e COFINS

  • INSS (caso tenha pró-labore)

A gestão fiscal para infoprodutores deve prever um calendário de obrigações para evitar atrasos e multas.


5. Distribuição de lucros e pró-labore


É comum que infoprodutores confundam o dinheiro da empresa com suas finanças pessoais.


  • Pró-labore: remuneração mensal com INSS obrigatório

  • Distribuição de lucros: isenta de IR, mas precisa de apuração contábil

Ter uma boa separação entre pessoa física e jurídica garante segurança e permite reduzir encargos legalmente.


Dicas extras para uma gestão fiscal inteligente

  • Automatize os controles financeiros: use sistemas para acompanhar vendas e despesas.

  • Tenha uma conta bancária PJ: facilita a comprovação de receitas e evita misturar finanças.

  • Revise periodicamente seu regime tributário: o que funciona hoje pode não ser vantajoso amanhã.

  • Evite movimentações em CPF quando o faturamento já for alto: isso chama a atenção da Receita Federal.

Tabela resumo: gestão fiscal para infoprodutores em cada fase


Estágio do Negócio Prioridades Fiscais Dicas
Início (até R$ 5 mil/mês) Formalização simples, MEI ou ME Mantenha controle básico e separe contas
Expansão (R$ 5-30 mil/mês) Escolha de regime tributário eficiente Emita notas corretamente e analise carga de impostos
Escala (acima de R$ 30 mil/mês) Planejamento fiscal estratégico e contabilidade apurada Avalie Lucro Presumido e distribua lucros com isenção

Evite surpresas com a Receita: profissionalize sua operação

A informalidade pode parecer vantajosa no curto prazo, mas é um risco enorme para quem quer crescer com consistência. A gestão fiscal para infoprodutores é o que garante que o sucesso digital não vire um problema fiscal.


Quer estruturar sua gestão fiscal com segurança?

A DRE Contábil é especializada no atendimento a infoprodutores e negócios digitais. Nossa equipe entende as particularidades do seu modelo de negócio e cuida da parte fiscal, contábil e tributária de forma personalizada.


Regularize sua operação e durma tranquilo. Clique aqui e conheça nossas soluções para infoprodutores!

Como saber se seu produto digital está sendo tributado corretamente
Por Sandy DRE 18 de julho de 2025
Neste artigo, vamos mostrar como verificar se sua empresa está recolhendo corretamente os tributos sobre produtos digitais, quais são os impostos aplicáveis, e como uma assessoria contábil especializada pode ajudar.
Por Sandy DRE 16 de julho de 2025
Abrir uma loja virtual pode parecer simples em comparação ao varejo tradicional, mas as obrigações fiscais seguem firmes — e, em muitos casos, mais complexas. Os impostos para e-commerce devem ser tratados com atenção desde os primeiros passos do negócio. Não cumprir com essas obrigações pode gerar multas, juros, bloqueio de CNPJ e até dificuldades para operar legalmente no marketplace. Neste artigo, você vai entender quais são os impostos para e-commerce , como funcionam, e o que acontece se houver atraso ou não pagamento. Por que é importante entender os impostos para e-commerce? A gestão tributária de um negócio digital precisa acompanhar o volume de vendas, os estados de destino dos produtos, e o regime tributário escolhido. Mesmo pequenos e-commerces, que começam com vendas modestas, devem recolher os impostos para e-commerce de forma regular. Além de manter a empresa legalizada, isso permite crescer com mais segurança, acessar linhas de crédito e evitar sanções da Receita Federal ou da Secretaria da Fazenda. Principais impostos para e-commerce A seguir, conheça os tributos que geralmente incidem sobre operações de lojas virtuais no Brasil. 1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços É o imposto estadual que incide sobre a venda de produtos. No e-commerce , o ICMS precisa ser pago tanto no estado de origem quanto no de destino do consumidor, especialmente em vendas interestaduais. 2. PIS e COFINS São contribuições federais que incidem sobre a receita bruta. A alíquota varia conforme o regime tributário (cumulativo ou não cumulativo). 3. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica Cobrado sobre o lucro da empresa, o IRPJ também varia conforme o regime tributário. No Simples Nacional, é calculado de forma simplificada dentro do DAS. 4. CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido Semelhante ao IRPJ, a CSLL também incide sobre o lucro da empresa e está embutida no DAS, no caso do Simples Nacional. 5. ISS – Imposto sobre Serviços Apesar de mais comum para prestadores de serviço, o ISS pode ser cobrado se o e-commerce oferecer serviços complementares (como manutenção de produtos, suporte técnico ou streaming digital). Regimes tributários e suas diferenças no e-commerce O enquadramento no regime tributário influencia diretamente os impostos para e-commerce . Veja as principais diferenças: 
Por Rodrigo DRE 20 de junho de 2025
Descubra quando transformar MEI em ME e evite impostos indevidos. Veja os sinais, riscos e como fazer a migração com segurança.
Como organizar o fluxo de caixa de um e-commerce
Por Rodrigo DRE 13 de junho de 2025
Neste artigo, você vai entender como organizar o fluxo de caixa de e-commerce, quais ferramentas utilizar, erros a evitar e como a contabilidade especializada pode fazer toda a diferença.
Declaração Anual do MEI: passo a passo para não pagar multa
Por Rodrigo DRE 9 de junho de 2025
Neste artigo, você vai entender o que é a Declaração Anual do MEI, quem deve entregar, como preencher corretamente e o passo a passo para evitar penalidades.
Como o regime tributário certo pode salvar sua loja virtual da malha fina
Por Rodrigo DRE 30 de maio de 2025
Escolher o regime tributário certo é tão estratégico quanto montar uma boa loja virtual. A decisão impacta diretamente a rentabilidade, a competitividade e a segurança fiscal do negócio.
MEI precisa de contador? Entenda os riscos de fazer tudo sozinho
Por Rodrigo DRE 23 de maio de 2025
Neste artigo, vamos mostrar quando o MEI deve considerar a ajuda de um contador e os principais perigos de tentar fazer tudo sozinho.
Como funciona o DIFAL no e-commerce
Por Rodrigo DRE 15 de maio de 2025
Neste artigo, vamos explicar como funciona o DIFAL no e-commerce, quando ele deve ser pago, como calcular corretamente e o que fazer para evitar riscos fiscais e prejuízos.
E-commerce e impostos: o que todo lojista virtual precisa entender antes de crescer
Por Rodrigo DRE 14 de maio de 2025
Por isso, entender o funcionamento dos tributos aplicáveis é indispensável para quem quer escalar as operações com segurança.
Contabilidade para e-commerce: como manter o negócio regularizado e lucrativo
Por Rodrigo DRE 29 de abril de 2025
Neste artigo, você vai entender como a contabilidade para e-commerce pode ser a chave para o sucesso do seu negócio.