MEI precisa de contador? Entenda os riscos de fazer tudo sozinho

Rodrigo DRE • 23 de maio de 2025


Muita gente acredita que, ao abrir um
MEI (Microempreendedor Individual), não precisa mais se preocupar com contabilidade.


É verdade que o MEI tem menos obrigações do que outros tipos de empresa, mas isso não significa que esteja isento de riscos.


Ignorar aspectos fiscais, contábeis e legais pode gerar multas, bloqueios, perda de benefícios e até a exclusão do Simples Nacional.


Neste artigo, vamos mostrar quando o MEI deve considerar a ajuda de um contador e os principais perigos de tentar fazer tudo sozinho.


MEI precisa obrigatoriamente de contador?


A resposta curta é não.


A legislação não obriga o MEI a contratar um contador.


O MEI tem um regime simplificado de tributação, com as seguintes características:


  • Emissão de uma guia mensal de pagamento (DAS) com valor fixo;
  • Entrega de uma única declaração anual (DASN-SIMEI);
  • Dispensa de escrituração contábil formal.


Contudo, mesmo sem a obrigatoriedade, existem muitos momentos em que a orientação de um contador faz toda a diferença para o sucesso do pequeno negócio.


Quais riscos o MEI corre ao fazer tudo sozinho?


1. Erros na emissão de notas fiscais


Se o MEI presta serviços ou vende produtos para outras empresas, é obrigado a emitir nota fiscal.


Erros na emissão — como impostos calculados de forma incorreta ou dados preenchidos errados — podem gerar multas e bloqueios fiscais.


2. Estouro do limite de faturamento


O limite anual do MEI é de R$ 81.000,00.


Se ultrapassado:


  • O empreendedor pode ser desenquadrado e migrado para ME (Microempresa).
  • Pode ter que pagar impostos retroativos, multas e juros.


Sem controle correto do faturamento, esse risco é grande.


3. Desconhecimento sobre a necessidade de alvarás e licenças


Muitos MEIs pensam que a inscrição no portal do governo é suficiente.


Mas, dependendo da atividade e do município, é preciso obter alvarás e licenças para funcionar legalmente.


Fazer tudo sozinho sem conhecer essas exigências pode resultar em interdição do negócio.


4. Falta de controle financeiro


Sem a mínima organização financeira, o MEI:


  • Mistura contas pessoais e da empresa;
  • Não sabe se está tendo lucro ou prejuízo;
  • Corre o risco de inadimplência com fornecedores e impostos.


5. Problemas com a Receita Federal


A não entrega da DASN-SIMEI ou o não pagamento das guias mensais pode levar

:

  • Ao bloqueio do CNPJ;
  • À inscrição do débito em dívida ativa;
  • À perda de benefícios previdenciários.


Quando o MEI deve procurar ajuda contábil?


Mesmo que a contratação não seja obrigatória, o apoio de um contador pode ser extremamente valioso em situações como:


1. Abertura do MEI


O contador pode orientar sobre:


  • CNAEs corretos para suas atividades;
  • Necessidade de alvarás municipais;
  • Configuração de emissor de notas fiscais.


2. Organização financeira


Um contador pode ajudar o MEI a:


  • Separar contas pessoais e empresariais;
  • Controlar receitas e despesas;
  • Fazer planejamento de crescimento.


3. Crescimento do faturamento


Se o MEI começar a se aproximar do limite de faturamento, o contador pode:


  • Orientar sobre a melhor forma de migração para ME;
  • Planejar o enquadramento tributário adequado.


4. Regularização de pendências


Caso o MEI esteja com DAS atrasadas ou tenha perdido prazos, um contador pode:


  • Regularizar a situação;
  • Evitar multas e problemas mais graves.


Benefícios de ter o apoio de um contador mesmo sendo MEI


  • Economia de tempo: o empreendedor pode focar no seu negócio.
  • Segurança fiscal e tributária: evita erros que podem custar caro.
  • Planejamento para crescimento: traçar metas realistas e sustentáveis.
  • Tranquilidade: evita surpresas desagradáveis como bloqueios e multas.


Exemplos práticos de problemas comuns


  • Caso 1: Um MEI de serviços ultrapassou o faturamento permitido sem perceber e teve que pagar retroativamente impostos com multa de 20%.
  • Caso 2: Uma MEI de comércio não sabia que precisava de licença da Vigilância Sanitária e teve o negócio fechado pela prefeitura.


Com um contador orientando, esses erros seriam evitados com facilidade.


Dicas para quem quer continuar como MEI sem contador


Se ainda assim você preferir administrar sozinho, algumas dicas são fundamentais:


  • Acompanhe rigorosamente seu faturamento mensal.
  • Nunca misture finanças pessoais e da empresa.
  • Entregue a DASN-SIMEI dentro do prazo (normalmente até maio de cada ano).
  • Emita corretamente suas notas fiscais.
  • Informe-se sobre exigências municipais específicas para sua atividade.


Mesmo assim, em caso de dúvidas ou crescimento do negócio, busque ajuda profissional.


Conclusão


Ser MEI é uma excelente porta de entrada para o empreendedorismo.


Mas assumir toda a parte contábil, fiscal e financeira sozinho exige organização, conhecimento e disciplina.


Em muitos casos, contar com a orientação de um contador pode evitar dores de cabeça, problemas fiscais e ainda apoiar o crescimento do negócio.


Quer ter mais segurança para fazer seu MEI crescer?


Converse com um contador especializado e descubra como proteger seu negócio desde o início!


Como saber se seu produto digital está sendo tributado corretamente
Por Sandy DRE 18 de julho de 2025
Neste artigo, vamos mostrar como verificar se sua empresa está recolhendo corretamente os tributos sobre produtos digitais, quais são os impostos aplicáveis, e como uma assessoria contábil especializada pode ajudar.
Por Sandy DRE 16 de julho de 2025
Abrir uma loja virtual pode parecer simples em comparação ao varejo tradicional, mas as obrigações fiscais seguem firmes — e, em muitos casos, mais complexas. Os impostos para e-commerce devem ser tratados com atenção desde os primeiros passos do negócio. Não cumprir com essas obrigações pode gerar multas, juros, bloqueio de CNPJ e até dificuldades para operar legalmente no marketplace. Neste artigo, você vai entender quais são os impostos para e-commerce , como funcionam, e o que acontece se houver atraso ou não pagamento. Por que é importante entender os impostos para e-commerce? A gestão tributária de um negócio digital precisa acompanhar o volume de vendas, os estados de destino dos produtos, e o regime tributário escolhido. Mesmo pequenos e-commerces, que começam com vendas modestas, devem recolher os impostos para e-commerce de forma regular. Além de manter a empresa legalizada, isso permite crescer com mais segurança, acessar linhas de crédito e evitar sanções da Receita Federal ou da Secretaria da Fazenda. Principais impostos para e-commerce A seguir, conheça os tributos que geralmente incidem sobre operações de lojas virtuais no Brasil. 1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços É o imposto estadual que incide sobre a venda de produtos. No e-commerce , o ICMS precisa ser pago tanto no estado de origem quanto no de destino do consumidor, especialmente em vendas interestaduais. 2. PIS e COFINS São contribuições federais que incidem sobre a receita bruta. A alíquota varia conforme o regime tributário (cumulativo ou não cumulativo). 3. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica Cobrado sobre o lucro da empresa, o IRPJ também varia conforme o regime tributário. No Simples Nacional, é calculado de forma simplificada dentro do DAS. 4. CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido Semelhante ao IRPJ, a CSLL também incide sobre o lucro da empresa e está embutida no DAS, no caso do Simples Nacional. 5. ISS – Imposto sobre Serviços Apesar de mais comum para prestadores de serviço, o ISS pode ser cobrado se o e-commerce oferecer serviços complementares (como manutenção de produtos, suporte técnico ou streaming digital). Regimes tributários e suas diferenças no e-commerce O enquadramento no regime tributário influencia diretamente os impostos para e-commerce . Veja as principais diferenças: 
Por Rodrigo DRE 20 de junho de 2025
Descubra quando transformar MEI em ME e evite impostos indevidos. Veja os sinais, riscos e como fazer a migração com segurança.
Como organizar o fluxo de caixa de um e-commerce
Por Rodrigo DRE 13 de junho de 2025
Neste artigo, você vai entender como organizar o fluxo de caixa de e-commerce, quais ferramentas utilizar, erros a evitar e como a contabilidade especializada pode fazer toda a diferença.
Declaração Anual do MEI: passo a passo para não pagar multa
Por Rodrigo DRE 9 de junho de 2025
Neste artigo, você vai entender o que é a Declaração Anual do MEI, quem deve entregar, como preencher corretamente e o passo a passo para evitar penalidades.
Como o regime tributário certo pode salvar sua loja virtual da malha fina
Por Rodrigo DRE 30 de maio de 2025
Escolher o regime tributário certo é tão estratégico quanto montar uma boa loja virtual. A decisão impacta diretamente a rentabilidade, a competitividade e a segurança fiscal do negócio.
Como funciona o DIFAL no e-commerce
Por Rodrigo DRE 15 de maio de 2025
Neste artigo, vamos explicar como funciona o DIFAL no e-commerce, quando ele deve ser pago, como calcular corretamente e o que fazer para evitar riscos fiscais e prejuízos.
E-commerce e impostos: o que todo lojista virtual precisa entender antes de crescer
Por Rodrigo DRE 14 de maio de 2025
Por isso, entender o funcionamento dos tributos aplicáveis é indispensável para quem quer escalar as operações com segurança.
Contabilidade para e-commerce: como manter o negócio regularizado e lucrativo
Por Rodrigo DRE 29 de abril de 2025
Neste artigo, você vai entender como a contabilidade para e-commerce pode ser a chave para o sucesso do seu negócio.
Tributação para vendas em marketplaces: quais impostos você precisa pagar
Por Rodrigo DRE 23 de abril de 2025
Neste artigo, você vai descobrir quais são os tributos obrigatórios, como calcular corretamente os impostos e como evitar problemas com o fisco.
Mais Posts