E-commerce e impostos: o que todo lojista virtual precisa entender antes de crescer

Rodrigo DRE • 14 de maio de 2025

Com o avanço das vendas online no Brasil, cada vez mais empreendedores estão entrando para o universo digital. No entanto, muitos ainda negligenciam um fator essencial para o sucesso e longevidade do negócio: os impostos em e-commerce.


Ignorar as obrigações fiscais pode resultar em multas, bloqueios e prejuízos significativos. 


Por isso, entender o funcionamento dos tributos aplicáveis é indispensável para quem quer escalar as operações com segurança.

Por que se preocupar com os impostos em e-commerce?

A estrutura tributária brasileira é uma das mais complexas do mundo, e o ambiente digital não está isento dessa realidade. 


Mesmo que o e-commerce aconteça no ambiente online, ele está sujeito a diversas regras fiscais que variam conforme:


  • Local da empresa e do cliente

  • Tipo de produto vendido

  • Regime tributário adotado

  • Faturamento anual

  • Presença em marketplaces ou lojas próprias

Portanto, conhecer os principais tributos e como calculá-los corretamente é essencial para garantir a conformidade fiscal e a competitividade.

Principais tributos que incidem sobre o e-commerce

Abaixo, destacamos os principais impostos em e-commerce que você precisa compreender para manter o negócio em conformidade:


ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)


O ICMS é um imposto estadual que incide sobre a venda de mercadorias. 


No e-commerce, a cobrança do ICMS pode ser interestadual, o que envolve diferentes alíquotas dependendo do estado do comprador e do vendedor.


Atenção: Desde 2016, com a Emenda Constitucional 87, passou a ser obrigatório o recolhimento do diferencial de alíquota (DIFAL) nas vendas interestaduais.


ISS (Imposto Sobre Serviços)


Caso o e-commerce ofereça serviços — como assinaturas digitais, softwares ou streaming — o ISS pode ser aplicado. Trata-se de um imposto municipal, e as alíquotas variam entre 2% e 5%.


PIS e COFINS


São contribuições federais incidentes sobre a receita bruta. Elas podem ser cumulativas (alíquotas menores, mas sem possibilidade de crédito) ou não cumulativas (alíquotas maiores, mas com direito a créditos).


IRPJ e CSLL


O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são calculados com base no regime tributário da empresa (Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real).


Como escolher o regime tributário mais adequado


A escolha do regime tributário influencia diretamente nos impostos em e-commerce


Veja a seguir uma comparação entre os principais regimes:



📊 Tabela: Comparativo entre regimes tributários para e-commerce


Regime Indicado para Carga tributária média Vantagens principais Desvantagens principais
Simples Nacional Pequenas empresas 4% a 17% Apuração simplificada, alíquotas reduzidas Limite de faturamento anual (R$ 4,8 milhões)
Lucro Presumido Empresas médias 13% a 16% Base de cálculo simplificada sobre presunções Pode não ser vantajoso em margens baixas
Lucro Real Empresas maiores Varia conforme lucro Pode resultar em menos tributos se tiver prejuízo Mais complexo e com obrigações acessórias rigorosas

Cuidados específicos para quem vende em marketplaces

Empresas que atuam por meio de marketplaces como Mercado Livre, Amazon e Shopee também precisam estar atentas à emissão de notas fiscais, separação correta de receitas e recolhimento de tributos.


Mesmo que o marketplace retenha parte dos encargos, a empresa vendedora continua responsável pelos impostos em e-commerce, especialmente ICMS e tributos federais.


Emissão de nota fiscal: é obrigatória?


Sim! Toda venda realizada, independentemente de ser para consumidor final ou outra empresa, exige a emissão de nota fiscal.


Negligenciar essa prática pode gerar sanções fiscais, além de prejudicar a imagem da marca.


Para facilitar a rotina, muitas plataformas de e-commerce já oferecem integrações com sistemas de emissão de notas fiscais eletrônicas.


A importância da contabilidade especializada em e-commerce


Uma contabilidade especializada pode ajudar a:


  • Escolher o melhor regime tributário

  • Simular cenários de carga tributária

  • Emitir e arquivar notas corretamente

  • Manter obrigações acessórias em dia

  • Evitar autuações e multas


Além disso, um contador familiarizado com impostos em e-commerce pode propor estratégias de economia tributária legal, como enquadramentos corretos de CNAE ou revisão de tributos pagos a maior.


Infográfico: Quais impostos incidem sobre o e-commerce?


Erros mais comuns ao lidar com impostos em e-commerce


Muitos empreendedores cometem equívocos que podem ser evitados com organização e orientação profissional. 


Veja alguns dos mais frequentes:


  • Não emitir nota fiscal: Isso pode gerar autuações severas, além de prejudicar parcerias com marketplaces.

  • Escolher o regime tributário errado: A opção equivocada pode elevar a carga de impostos em e-commerce desnecessariamente.

  • Ignorar obrigações acessórias: Como SPED Fiscal, EFD-Contribuições e DEFIS no Simples Nacional.

  • Confundir produtos físicos e digitais: Cada um pode ter tributos distintos e exigências específicas.

  • Não considerar o ICMS-ST: Em vendas para determinados estados e produtos sujeitos à substituição tributária, é preciso atentar ao ICMS-ST.

Como reduzir legalmente os impostos em e-commerce?


Com planejamento e estratégias bem estruturadas, é possível reduzir legalmente a carga tributária do seu e-commerce. Veja algumas ações possíveis:


  • Análise e reenquadramento de CNAE: Escolher o código correto pode mudar completamente a forma de tributação.

  • Estudo de margens de lucro reais: Essencial para avaliar se o Lucro Presumido ou Real é mais vantajoso.

  • Revisão de tributos pagos: Pode-se identificar impostos recolhidos indevidamente e solicitar recuperação de créditos.

  • Automatização de notas fiscais: Reduz erros e atrasos, além de facilitar a gestão fiscal.

  • Contabilidade consultiva: Além de cumprir obrigações, ela ajuda a projetar e tomar decisões mais econômicas.


Considerações finais: crescer com segurança no mundo digital


Entender e gerenciar bem os impostos em e-commerce é uma das chaves para o crescimento saudável e sustentável no ambiente digital. 


Mais do que uma obrigação, estar em dia com o fisco é uma vantagem competitiva.


Com o suporte de uma contabilidade especializada e sistemas integrados, o lojista virtual pode focar no crescimento das vendas, na expansão de mercado e na fidelização de clientes — tudo isso com a tranquilidade de estar em conformidade com a legislação.


Não espere os problemas surgirem: antecipe-se, organize-se e invista na regularidade fiscal do seu negócio online.


Contabilidade para e-commerce e marketplace: conheça as soluções da DRE Contábil 🖥️🛒


A contabilidade especializada para e-commerce e marketplaces é essencial para garantir que sua empresa esteja em conformidade com a legislação e possa crescer de forma sustentável. 


A DRE Contábil oferece soluções completas para o seu negócio, com um atendimento ágil e focado na redução da carga tributária.


📌 Nossas principais soluções


✅ Abertura e Gestão Contábil

  • Assessoria na abertura da empresa e escolha do melhor regime tributário (ME, EPP, Lucro Presumido ou Lucro Real);
  • Estudo tributário para otimizar impostos e enquadramento em Regime Especial.


✅ Gestão Fiscal e Tributária

  • Implantação de ERP com regras tributárias específicas para e-commerce;
  • Apuração correta de tributos, evitando pagamentos indevidos ou excessivos;
  • Atendimento nacional, cobrindo os 26 estados e o Distrito Federal.


✅ Tecnologia e Suporte Personalizado

  • Processos digitais que garantem mais agilidade e segurança na contabilidade do seu negócio;
  • Equipe experiente e atendimento humanizado para tirar suas dúvidas e oferecer suporte contínuo.


🚀 Potencialize o crescimento do seu e-commerce com a DRE Contábil!



Entre em contato com nossos especialistas e descubra como podemos ajudar sua empresa a crescer com segurança e eficiência. 


Acesse nosso
site e fale conosco!

Como a DRE Contábil Ajuda Empreendedores Digitais
Por Sandy DRE 27 de agosto de 2025
A DRE Contábil é uma empresa especializada em atender negócios digitais, oferecendo soluções completas e personalizadas para quem vive do digital.
Quais obrigações acessórias um e-commerce deve entregar mensalmente
Por Sandy DRE 20 de agosto de 2025
Um e-commerce que deixa de cumprir com essas obrigações pode enfrentar multas elevadas, suspensão de inscrição estadual e até impedimentos de vender em marketplaces.
Por Sandy DRE 15 de agosto de 2025
A GNRE , sigla para Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais , é um documento utilizado para efetuar o pagamento de impostos estaduais — principalmente o ICMS — quando uma empresa realiza operações que envolvem mais de um estado brasileiro. Esse guia é essencial em situações em que a mercadoria sai de um estado e vai para outro, e há a necessidade de recolher parte do imposto para o estado de destino da mercadoria. Ele funciona como uma forma de garantir que o imposto devido ao outro estado seja devidamente pago. Um exemplo comum ocorre quando uma empresa vende produtos para um consumidor final localizado em outro estado. Nesses casos, pode haver a cobrança do DIFAL ( Diferencial de Alíquota do ICMS ), e a GNRE é o meio pelo qual esse valor é recolhido. A emissão da GNRE é feita de forma eletrônica, por meio do portal oficial de cada estado, onde são informados dados como o estado de destino, valor do imposto, tipo de receita, entre outros. Recomendamos a leitura complementar: Automação Fiscal no E-commerce: GNRE, DIFAL . Em resumo, a GNRE é uma ferramenta importante para o cumprimento das obrigações fiscais nas operações interestaduais, ajudando a manter a arrecadação justa entre os estados e garantindo que a empresa esteja em conformidade com a legislação tributária.
Contabilidade para e-commerce: como funciona na prática
Por Time de Conteúdo 14 de agosto de 2025
Neste artigo, vamos explicar como funciona na prática a contabilidade para e-commerce, quais são as particularidades do setor, obrigações fiscais, ferramentas úteis e como escolher um parceiro contábil preparado para o ambiente digital.
Por Sandy DRE 1 de agosto de 2025
Precificar um produto corretamente é um dos maiores desafios no e-commerce. Muita gente calcula o preço com base apenas no custo de aquisição e uma margem de lucro desejada, mas esquece de considerar impostos, taxas de plataformas, custos operacionais e outros detalhes que fazem toda a diferença na lucratividade final. Se você tem uma loja virtual ou vende em marketplaces, este conteúdo é essencial para garantir que você não esteja vendendo no prejuízo sem perceber. 🧮 O que compõe o preço de venda? O preço de venda precisa cobrir todos os custos diretos e indiretos, além de gerar lucro. Veja os principais elementos: 1. Custo do produto (compra ou fabricação) 2. Impostos (Simples Nacional, ICMS, ISS, etc.) 3. Taxas de marketplaces e meios de pagamento 4. Frete (quando for por conta do lojista) 5. Custos operacionais (armazenagem, embalagem, marketing, equipe, sistemas) 6. Margem de lucro desejada 📦 Exemplo prático de cálculo Imagine que você venda um produto que custa R$ 50,00 para você, e quer vendê-lo com 50% de margem de lucro. Mas antes, você precisa somar os encargos: • Impostos (Simples Nacional): 6% • Taxa do marketplace: 16% • Taxa do meio de pagamento: 4% • Outros custos (embalagem, marketing etc.): 5% Total de encargos: 31% Se você simplesmente aplicar 50% sobre o custo, o preço seria R$ 75,00. Mas com 31% de encargos, você teria: • R$ 75 x 31% = R$ 23,25 de custos variáveis • Sobram R$ 51,75 - R$ 50,00 (custo de aquisição do produto) = R$ 1,75 (quase nada de lucro). Ou seja, na prática, seu lucro é consumido por encargos. 📌 Como calcular corretamente Use a fórmula da margem de contribuição para definir o preço ideal: Preço de venda = Custo / (1 - % de encargos - % de lucro desejado) Usando o exemplo acima:  • Custo: R$ 50 • Encargos: 31% (0,31) • Lucro desejado: 30% (0,30) Cálculo: Preço = custo / (1 - alíquota de encargos - alíquota de lucro desejado) Preço = 50 / (1 - 0,31 - 0,30) = 50 / 0,39 = R$ 128,21 Esse seria o preço mínimo para garantir sua margem de 30% após todos os encargos. 💡 Dicas Finais • Revise seu preço periodicamente, principalmente se estiver nos marketplaces (as taxas mudam). • Use planilhas ou sistemas de precificação automática para facilitar. • Considere promoções com estratégia, sabendo o impacto real no seu lucro. • Converse com um contador especializado em e-commerce — ele pode ajudar a otimizar sua carga tributária e aumentar sua margem. Vender online é ótimo, mas só vale a pena se for lucrativo. Precificar sem considerar todos os custos é um erro comum que afeta a saúde financeira da sua operação. Faça contas, simule cenários e tome decisões embasadas. Assim, seu e-commerce cresce de forma sustentável.
Infoprodutores: como estruturar a parte fiscal sem se enrolar com a Receita
Por Sandy DRE 25 de julho de 2025
Mas, com o crescimento do faturamento, surge um desafio que muitos ignoram até que seja tarde: a gestão fiscal para infoprodutores.
Como saber se seu produto digital está sendo tributado corretamente
Por Sandy DRE 18 de julho de 2025
Neste artigo, vamos mostrar como verificar se sua empresa está recolhendo corretamente os tributos sobre produtos digitais, quais são os impostos aplicáveis, e como uma assessoria contábil especializada pode ajudar.
Por Sandy DRE 16 de julho de 2025
Abrir uma loja virtual pode parecer simples em comparação ao varejo tradicional, mas as obrigações fiscais seguem firmes — e, em muitos casos, mais complexas. Os impostos para e-commerce devem ser tratados com atenção desde os primeiros passos do negócio. Não cumprir com essas obrigações pode gerar multas, juros, bloqueio de CNPJ e até dificuldades para operar legalmente no marketplace. Neste artigo, você vai entender quais são os impostos para e-commerce , como funcionam, e o que acontece se houver atraso ou não pagamento. Por que é importante entender os impostos para e-commerce? A gestão tributária de um negócio digital precisa acompanhar o volume de vendas, os estados de destino dos produtos, e o regime tributário escolhido. Mesmo pequenos e-commerces, que começam com vendas modestas, devem recolher os impostos para e-commerce de forma regular. Além de manter a empresa legalizada, isso permite crescer com mais segurança, acessar linhas de crédito e evitar sanções da Receita Federal ou da Secretaria da Fazenda. Principais impostos para e-commerce A seguir, conheça os tributos que geralmente incidem sobre operações de lojas virtuais no Brasil. 1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços É o imposto estadual que incide sobre a venda de produtos. No e-commerce , o ICMS precisa ser pago tanto no estado de origem quanto no de destino do consumidor, especialmente em vendas interestaduais. 📌 Recomendamos a leitura complementar: DIFAL no E-commerce: o que é, quando se aplica e como calcular? 2. PIS e COFINS São contribuições federais que incidem sobre a receita bruta. A alíquota varia conforme o regime tributário (cumulativo ou não cumulativo). 3. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica Cobrado sobre o lucro da empresa, o IRPJ também varia conforme o regime tributário. No Simples Nacional, é calculado de forma simplificada dentro do DAS. 4. CSLL – Contribuição Social sobre Lucro Líquido Semelhante ao IRPJ, a CSLL também incide sobre o lucro da empresa e está embutida no DAS, no caso do Simples Nacional. 5. ISS – Imposto sobre Serviços Apesar de mais comum para prestadores de serviço, o ISS pode ser cobrado se o e-commerce oferecer serviços complementares (como manutenção de produtos, suporte técnico ou streaming digital). Regimes tributários e suas diferenças no e-commerce O enquadramento no regime tributário influencia diretamente os impostos para e-commerce . Veja as principais diferenças:
Por Rodrigo DRE 20 de junho de 2025
Descubra quando transformar MEI em ME e evite impostos indevidos. Veja os sinais, riscos e como fazer a migração com segurança.
Como organizar o fluxo de caixa de um e-commerce
Por Rodrigo DRE 13 de junho de 2025
Neste artigo, você vai entender como organizar o fluxo de caixa de e-commerce, quais ferramentas utilizar, erros a evitar e como a contabilidade especializada pode fazer toda a diferença.