Tributação para dropshipping: quais são as regras fiscais para esse modelo de negócio?

Rodrigo DRE • 24 de março de 2025

O dropshipping tem se tornado um modelo de negócios cada vez mais popular entre empreendedores digitais. 



Sua principal vantagem é a ausência de necessidade de estoque próprio, permitindo que o vendedor atue como intermediário entre fornecedores e clientes. 


No entanto, para operar legalmente no Brasil, é essencial entender as regras fiscais e a tributação para dropshipping.


O que é dropshipping e como funciona?


O dropshipping é um modelo de vendas no qual o lojista não mantém um estoque físico dos produtos. 

Em vez disso, ele repassa os pedidos dos clientes diretamente para o fornecedor, que se encarrega da entrega. 


Esse formato reduz custos operacionais e facilita o início das operações, mas também exige atenção especial à legislação tributária brasileira.


Quais são os impostos incidentes no dropshipping?


Ao operar com dropshipping, o empreendedor precisa estar ciente dos tributos aplicáveis às operações comerciais. 


Os principais impostos envolvidos são:


Imposto de Importação (II)


O Imposto de Importação (II) é um dos principais tributos que impactam o dropshipping, pois muitas operações envolvem fornecedores estrangeiros. 


A alíquota varia de acordo com a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) do produto e pode chegar a até 60% do valor total da mercadoria (produto + frete + seguro).


ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)


O ICMS é um tributo estadual aplicado a todas as operações de circulação de mercadorias. 


No caso do dropshipping, há um desafio adicional: a mercadoria é enviada diretamente do exterior para o cliente final, o que pode gerar dificuldades no recolhimento desse imposto. 


Cada estado brasileiro possui regras específicas sobre a incidência do ICMS em operações internacionais, por isso, é recomendável consultar a legislação estadual.


IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)


Caso o produto importado seja industrializado, pode haver a incidência do IPI, cuja alíquota varia conforme a classificação fiscal do item. 


Esse tributo é federal e pode impactar o custo final da operação.


PIS e COFINS


Os tributos PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) são aplicáveis a praticamente todas as operações comerciais. 


No regime do Lucro Presumido, as alíquotas podem variar entre 3,65% e 9,25%, dependendo da modalidade de tributação escolhida pela empresa.


Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)


Empresas que operam no modelo de dropshipping também precisam recolher o IRPJ e a CSLL, tributos calculados sobre o lucro da empresa. 


A alíquota do IRPJ pode variar entre 6% e 15%, enquanto a CSLL gira em torno de 9%.


Regimes tributários para dropshipping


Os regimes tributários determinam como a tributação para dropshipping será aplicada ao negócio. 

No Brasil, as empresas podem optar por diferentes regimes, como:


Simples Nacional


Empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano podem optar pelo Simples Nacional, um regime simplificado de tributação que unifica diversos impostos em uma única guia de pagamento. 

No entanto, é importante verificar se o código CNAE do negócio permite a inclusão nesse regime.


Lucro Presumido


Para negócios que faturam até R$ 78 milhões anuais, o Lucro Presumido pode ser uma opção viável. 

Nesse regime, os impostos são calculados com base em um percentual fixo da receita bruta, reduzindo a complexidade na apuração dos tributos.


Lucro Real


O Lucro Real é obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões anuais ou que atuem em determinados setores. 


Nesse regime, os impostos são calculados sobre o lucro líquido, o que pode ser vantajoso para empresas com margens de lucro reduzidas.


Passo a passo para regularizar um negócio de dropshipping


Para atuar legalmente com dropshipping no Brasil, é necessário seguir alguns passos essenciais:


  1. Abrir um CNPJ – Escolher o tipo de empresa e o regime tributário adequado.
  2. Definir o código CNAE correto – O Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) deve estar de acordo com a atividade de intermediação de vendas e comércio eletrônico.
  3. Emitir notas fiscais – Mesmo que a mercadoria seja enviada diretamente do exterior, a empresa precisa emitir notas fiscais para os clientes.
  4. Observar as regras de importação – Como as compras são feitas de fornecedores estrangeiros, é importante entender as normas da Receita Federal.
  5. Manter a contabilidade regularizada – Contar com um contador especializado pode evitar problemas fiscais e garantir o cumprimento das obrigações tributárias.


Riscos fiscais no dropshipping


A falta de regularização pode gerar problemas fiscais, como multas e bloqueio da empresa. Algumas das principais irregularidades a serem evitadas incluem:


  • Não emitir nota fiscal – A Receita Federal pode interpretar a falta de emissão como sonegação fiscal.
  • Operar sem CNPJ – Empresas sem registro podem ser penalizadas e impedidas de continuar suas atividades.
  • Subfaturamento – Declarar um valor menor do que o real para reduzir tributos pode levar a sanções severas.

Conclusão


A tributação para dropshipping no Brasil envolve diversas obrigações fiscais que precisam ser cumpridas para garantir a legalidade do negócio. 


Compreender os impostos aplicáveis e escolher o regime tributário adequado são passos essenciais para evitar problemas com a Receita Federal.


Ao seguir todas as regulamentações, os empreendedores podem explorar as vantagens desse modelo de negócios sem enfrentar complicações legais e fiscais.


Gestão tributária para dropshipping: conheça as soluções contábeis e a expertise da DRE Contábil 📈🔍💼


Gerenciar a tributação no modelo de negócios de dropshipping pode ser desafiador, mas a DRE Contábil oferece soluções personalizadas para garantir a conformidade fiscal e otimizar a carga tributária da sua empresa.


Com mais de 17 anos de experiência e um atendimento humanizado, a DRE Contábil se destaca pelo suporte especializado em e-commerce, incluindo negócios de dropshipping


Confira as principais soluções contábeis que podem impulsionar seu negócio:


Planejamento Tributário – Identificação do regime tributário mais vantajoso para reduzir custos e garantir conformidade fiscal.
Legalização e Abertura de Empresa – Assessoria completa para formalização do seu negócio, incluindo ME, EPP, Lucro Presumido e Lucro Real.
Estudo Tributário e Enquadramento em Regime Especial – Avaliação detalhada para enquadramento no regime mais estratégico para o dropshipping.
Implantação de ERP com Regras Tributárias – Implementação de sistemas de gestão para otimizar processos fiscais e contábeis.
Atendimento Nacional – Suporte para empresas de todos os estados do Brasil com um serviço digital eficiente e acessível.


🔹 Além disso, a DRE Contábil investe em tecnologia e inovação para garantir um atendimento ágil e seguro, proporcionando maior controle sobre suas obrigações fiscais.


Quer garantir que sua operação de dropshipping esteja 100% regularizada e pagando apenas o necessário em impostos?


 📩 Entre em contato agora e fale com um especialista! Acesse nosso site e descubra todas as soluções para o seu e-commerce. 🚀

Tributação para vendas em marketplaces: quais impostos você precisa pagar
Por Rodrigo DRE 23 de abril de 2025
Neste artigo, você vai descobrir quais são os tributos obrigatórios, como calcular corretamente os impostos e como evitar problemas com o fisco.
Como declarar rendimentos de e-commerce no IRPF 2025
Por Rodrigo DRE 15 de abril de 2025
Com o crescimento exponencial das vendas online no Brasil, cada vez mais empreendedores e autônomos estão atuando no comércio eletrônico. No entanto, com a chegada da temporada de declaração do Imposto de Renda, muitos se perguntam como declarar rendimentos de e-commerce no IRPF 2025 de forma correta para evitar problemas com a Receita Federal. Se você possui um negócio digital, vende produtos por marketplaces ou tem uma loja virtual própria, é essencial entender como funcionam as obrigações fiscais relacionadas aos rendimentos obtidos por meio do e-commerce. Neste artigo, vamos explicar o passo a passo para você declarar rendimentos de e-commerce no IRPF 2025 , além de apresentar orientações práticas, uma tabela explicativa e um infográfico para facilitar sua compreensão. Por que quem vende pela internet deve declarar? Qualquer pessoa que atinja os critérios estabelecidos pela Receita Federal está obrigada a declarar o Imposto de Renda. Isso vale tanto para assalariados quanto para profissionais autônomos e empreendedores digitais. No caso do e-commerce, os rendimentos obtidos com a venda de produtos — mesmo que realizados por meio de plataformas como Mercado Livre, Shopee, Amazon, entre outras — são considerados rendimentos tributáveis e precisam ser informados na declaração. Quem está obrigado a declarar o IRPF 2025? A Receita Federal exige a entrega da declaração do IRPF 2025 para quem se enquadra em pelo menos uma das condições abaixo: Recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 em 2024; Obteve receita bruta da atividade rural acima de R$ 153.199,50; Teve ganho de capital na alienação de bens ou direitos; Possuía, em 31/12/2024, bens ou direitos que somavam mais de R$ 800 mil; Realizou operações em bolsas de valores; Recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200 mil. Se o e-commerce gerou rendimentos dentro desses limites, será necessário declarar rendimentos de e-commerce no IRPF 2025 . E-commerce com CNPJ ou CPF: qual a diferença na declaração? E-commerce com CPF (Pessoa Física) Quem vende de forma informal, usando CPF, precisa declarar os ganhos como "Rendimentos de Trabalho Não Assalariado", quando há habitualidade na atividade, ou como “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física/Exterior”. Nesse caso, o contribuinte é responsável por calcular e pagar mensalmente o carnê-leão, sempre que os ganhos mensais ultrapassarem o limite de isenção. O valor pago ao longo do ano deve ser informado na declaração. E-commerce com CNPJ (Pessoa Jurídica) Já quem formalizou o negócio como MEI, Simples Nacional , Lucro Presumido ou Lucro Real precisa fazer a escrituração contábil adequada e extrair os valores do pró-labore e da distribuição de lucros para declarar no IRPF. Como declarar rendimentos de e-commerce no IRPF 2025: passo a passo A forma de declarar depende de como a atividade foi conduzida no ano anterior. A seguir, veja o passo a passo para ambos os casos: Para vendas com CPF: Organize os comprovantes : Tenha em mãos o extrato bancário, recibos de vendas, notas fiscais emitidas por plataformas, comprovantes de PIX e transferências. Acesse o carnê-leão : Use o sistema do carnê-leão da Receita Federal para lançar os rendimentos mês a mês. O sistema calcula o imposto devido automaticamente. Pague o carnê-leão mensalmente (se aplicável): Sempre que houver imposto a pagar, gere o DARF e quite até o último dia útil do mês seguinte ao recebimento. Importe os dados para a declaração anual : No programa do IRPF 2025, importe os dados do carnê-leão ou preencha manualmente em “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física”. Informe despesas dedutíveis : Se você teve despesas necessárias para a atividade (ex: embalagens, frete, plataformas), informe esses valores no carnê-leão . Para vendas com CNPJ: Tenha sua contabilidade em dia : A escrituração correta garante a apuração do lucro e separa o que é rendimento tributável (pró-labore) e o que é isento (distribuição de lucros). Informe o pró-labore : Declare em "Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica". O valor estará no informe de rendimentos fornecido pelo contador. Informe a distribuição de lucros : Declare em "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis", desde que esteja dentro da margem de lucro apurada corretamente. Tabela: Tipos de rendimentos no e-commerce e como declarar Vamos resumir os principais cenários em uma tabela para facilitar o entendimento: 
Gestão de estoque para e-commerce: como evitar problemas fiscais e tributários?
Por Rodrigo DRE 28 de março de 2025
Neste artigo, abordaremos como uma boa gestão de estoque para e-commerce pode prevenir problemas com a Receita Federal e outros órgãos fiscalizadores, além de apresentar estratégias para manter a conformidade com a legislação.
IRPF 2025 para vendedores online: como declarar ganhos com e-commerce e marketplaces?
Por Rodrigo DRE 17 de março de 2025
Neste artigo, explicamos tudo o que você precisa saber para evitar problemas com o Fisco e manter sua regularidade fiscal.
É preciso CNPJ para vender em um marketplace?
Por Rodrigo DRE 28 de fevereiro de 2025
Neste artigo, explicamos as regras de cada marketplace e as vantagens de formalizar seu negócio.
Como Vender no Mercado Livre: estratégias para lucrar!
Por Rodrigo DRE 24 de fevereiro de 2025
Se você deseja saber como vender no Mercado Livre, este guia vai te mostrar as melhores estratégias para alavancar suas vendas e obter lucros consistentes.
Vantagens da Contabilidade para E-commerce: Otimizando Resultados e Garantindo Sucesso
Por Rodrigo DRE 17 de fevereiro de 2025
Neste artigo, vamos explorar as vantagens da contabilidade para e-commerce, destacando como ela pode otimizar os resultados e garantir o sucesso do seu negócio online.
Precisa de CNPJ e nota fiscal para vender na Shein
Por Rodrigo DRE 6 de fevereiro de 2025
Neste artigo, vamos esclarecer essas questões e orientar você para iniciar suas vendas na plataforma de forma segura e legal.
Como Evitar Multas no E-commerce
Por Rodrigo DRE 27 de janeiro de 2025
Neste artigo, abordaremos os principais pontos que você deve considerar para evitar penalidades legais no seu e-commerce.
Gestão Fiscal de Devoluções no E-commerce Como Otimizar e Evitar Problemas
Por Rodrigo DRE 13 de janeiro de 2025
Neste artigo, exploraremos a importância da gestão fiscal de devoluções no e-commerce, como otimizá-la e, o mais importante, como evitar problemas que possam prejudicar a operação e a conformidade tributária da empresa.
Mais Posts